Mimarte 2008 Teatro Regional da Serra de Montemuro
ANJO DO MONTEMURO
27 Junho, sexta, 21.30, SP
www.teatrodomontemuro.com
€ 2
1755. A terra treme. O mar ruge. Ondas do tamanho de uma casa caiem sobre Lisboa. Corpos espalhados. O fedor a morte. Gritos de mágoa sem fim. Uma figura branca. Estava a dormir. A trave desabou sobre as suas costas e cortou-a quase ao meio. Acordou. Dor. Sangue. Morri? Inferno? O que aconteceu? Onde estou? Onde está ela? Lágrimas de dor. Como aguentar esta chaga às costas? Perdido. Caminhar. Caminhar. Caminhar... Deixou a cidade por trás e andou, descalço pela estrada fora. Não sentia as pedras a cortar os pés, o frio da noite, a ferida aberta que lhe atravessava as costas. Só comia quando alguma alma generosa lhe desse de comer. Bebia água dos ribeiros. Dormia nas valetas. Ficou fraco, cada vez mais fraco. A pele branca, quase transparente, como a camisa de dormir que ainda vestia. Passados muitos dias subiu a serra. Procurava o fim do mundo, o sítio onde a terra acaba e começa o abismo. Álvaro, o pastor cego que guardava o seu rebanho, encontrava-se no cimo do monte, como em tantos outros dias. Mas neste tudo mudou… Um milagre! Os seus olhos voltavam a ver! “O velho Álvaro vê! Viu um anjo! Um anjo na serra!”. Está magoado. Tem grandes feridas nas costas. “É aqui… É aqui que deviam estar as asas… Foram arrancadas do corpo… Foi o vento. Aquele vento tinha força suficiente para arrancar um anjo dos céus”. Quem se atreveu a cortar as asas de um anjo de Deus? Eles sabiam o que fazer com ele. Deram de comer e de beber ao anjo do Montemuro. “Venham ver, venham ver. Uma moeda para ver o Anjo do Montemuro”.
Texto: Peter Cann Tradução: Graeme Pulleyn Encenação: Steve Johnstone Direcção musical: Simon Fraser Cenografia: Ana Limpinho e Maria João Castelo Figurinos: Ana Limpinho e Maria João Castelo Costureiras: Capuchinhas CRL Construção de cenários: Carlos Cal e Rodrigo Viterbo Desenho de luz: Paulo Duarte Intérpretes: Abel Duarte, Eduardo Correia, Paulo Duarte, Neusa Fangueiro e Ricardo Rocha Produção executiva: Paula Teixeira Assistente de produção: Susana Duarte Direcção de cena: Abel Duarte Assessoria de imprensa: Paula Teixeira e Susana Duarte Design gráfico: Helen Ainsworth
ANJO DO MONTEMURO
27 Junho, sexta, 21.30, SP
www.teatrodomontemuro.com
€ 2
1755. A terra treme. O mar ruge. Ondas do tamanho de uma casa caiem sobre Lisboa. Corpos espalhados. O fedor a morte. Gritos de mágoa sem fim. Uma figura branca. Estava a dormir. A trave desabou sobre as suas costas e cortou-a quase ao meio. Acordou. Dor. Sangue. Morri? Inferno? O que aconteceu? Onde estou? Onde está ela? Lágrimas de dor. Como aguentar esta chaga às costas? Perdido. Caminhar. Caminhar. Caminhar... Deixou a cidade por trás e andou, descalço pela estrada fora. Não sentia as pedras a cortar os pés, o frio da noite, a ferida aberta que lhe atravessava as costas. Só comia quando alguma alma generosa lhe desse de comer. Bebia água dos ribeiros. Dormia nas valetas. Ficou fraco, cada vez mais fraco. A pele branca, quase transparente, como a camisa de dormir que ainda vestia. Passados muitos dias subiu a serra. Procurava o fim do mundo, o sítio onde a terra acaba e começa o abismo. Álvaro, o pastor cego que guardava o seu rebanho, encontrava-se no cimo do monte, como em tantos outros dias. Mas neste tudo mudou… Um milagre! Os seus olhos voltavam a ver! “O velho Álvaro vê! Viu um anjo! Um anjo na serra!”. Está magoado. Tem grandes feridas nas costas. “É aqui… É aqui que deviam estar as asas… Foram arrancadas do corpo… Foi o vento. Aquele vento tinha força suficiente para arrancar um anjo dos céus”. Quem se atreveu a cortar as asas de um anjo de Deus? Eles sabiam o que fazer com ele. Deram de comer e de beber ao anjo do Montemuro. “Venham ver, venham ver. Uma moeda para ver o Anjo do Montemuro”.
Texto: Peter Cann Tradução: Graeme Pulleyn Encenação: Steve Johnstone Direcção musical: Simon Fraser Cenografia: Ana Limpinho e Maria João Castelo Figurinos: Ana Limpinho e Maria João Castelo Costureiras: Capuchinhas CRL Construção de cenários: Carlos Cal e Rodrigo Viterbo Desenho de luz: Paulo Duarte Intérpretes: Abel Duarte, Eduardo Correia, Paulo Duarte, Neusa Fangueiro e Ricardo Rocha Produção executiva: Paula Teixeira Assistente de produção: Susana Duarte Direcção de cena: Abel Duarte Assessoria de imprensa: Paula Teixeira e Susana Duarte Design gráfico: Helen Ainsworth
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